Estudos
mostram que o Reiki,
técnica de captação e transmissão de energia com as mãos,
oferece benefícios à saúde .
O
Reiki,
técnica de imposição de mãos com a qual se crê ser possível
captar a energia do universo e transmiti-la para alguém, era visto
com ceticismo pelos cientistas, que não conseguiam mensurar seus
efeitos . “Como boa parte da medicina oriental, o método era
desacreditado porque não havia instrumentos modernos nem muito
interesse em avaliar suas consequências”, diz o médico Paulo de
Tarso Lima, de São Paulo.
Mas
a evolução da tecnologia e o recente despertar da comunidade
científica para um conceito mais abrangente de saúde – a
meta é viver bem, e não somente curar males –
fizeram o Reiki
ganhar a atenção dos pesquisadores. Na americana Universidade de
Virginia, por exemplo, uma revisão sobre sua influência na
contenção da dor em pacientes com câncer ressaltou os resultados
positivos. “São necessários levantamentos adicionais para
confirmar os achados, mas a princípio o
Reiki
foi bastante eficiente na
redução do incômodo”, concluíram os autores.
Mas
será que ele ajudaria a combater o tumor em si? Segundo um trabalho
do psicobiólogo Ricardo Monezi, da Universidade Federal de São
Paulo, provavelmente sim. Ele aplicou o Reiki
em
ratos e, na sequência, analisou suas células de defesa. “Em
comparação com o grupo de controle, esses animais apresentaram um
sistema imune mais agressivo contra a enfermidade. E nem precisamos
falar que bichos não acreditam em Reiki,
ironiza. Verdade que o nosso organismo não é idêntico ao de
roedores, contudo está
aí um indicativo do poder da imposição de mãos.
Para
testar o verdadeiro potencial da técnica no alívio da tensão,
Monezi separou 25 idosos estressados para serem cuidados por
terapeutas especializados em Reiki Outros 25 senhores
na mesma situação receberiam, digamos, uma terapia falsa – os
aplicadores simulavam os gestos e as posições das mãos, mas não
haviam sido treinados e nem conheciam direito o Reiki
Detalhe: nenhum dos participantes sabia da diferença entre os
grupos. “Essa precaução evita que o placebo interfira nos dados
encontrados, já que ambas as turmas imaginam estar recebendo Reiki
quando somente uma está recebendo para valer”, arremata Monezi.
Depois
de oito sessões, Monezi analisou as estatísticas. Parece incrível,
mas, embora todos os voluntários tenham relaxado, aqueles
tratados por mestres de Reiki
relataram
uma tranquilidade maior e duradoura.
Além disso, os músculos da testa desse pessoal ficaram menos
rígidos, outro sinal de que o nervosismo foi aplacado.
Alternativa
ou integrativa?
O
sucesso do Reiki não justifica, sob nenhuma hipótese, seu uso no
lugar da medicina tradicional. “O ideal é integrá-lo com
abordagens convencionais”, reforça Plínio Cutait, médico de São
Paulo. Caso contrário, você corre o risco de não receber o
tratamento adequado para um problema e, então, complicar-se sem
necessidade. E isso, parece claro para todos, também está
comprovado pela ciência.
Hipertensão
Apoiados
em uma metodologia parecida com a de Monezi, investigadores da
Universidade de Granada, na Espanha, notaram que sujeitos hipertensos
atenuaram o quadro com sessões regulares de Reiki“Também
há trabalhos com diabete, epilepsia, depressão…”, conta Monezi.
“É óbvio que precisamos de mais informações, porém, ao que
tudo indica, a técnica provoca bem-estar em vários níveis”,
defende.
Chacras
Para
explicar como o Reiki funciona, certas teorias
mencionam uma energia eletromagnética que seria canalizada pelos
terapeutas. Outras sugerem que a física quântica estaria envolvida
nesse fenômeno. Independentemente disso, o fato é que alguns
pontos-chave do corpo, onde os cuidadores devem colocar as mãos
durante uma sessão de Reiki– os chacras -, coincidem
com importantes glândulas. E talvez, só talvez, a energia atue
nesses órgãos, ocasionando um equilíbrio geral.
Revista
M de Mulher publicado em 27.10.2016
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